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Projetos de Pesquisa

Pesquisas

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Atividades de pesquisa e ensino

Projeto Rede de Integracao e desenvolvimento de entorno de Brasilia

Justificativa da Proposição:

A experiência tem demonstrado que grandes e rápidos incrementos populacionais desacompanhados de condições reais para a sua absorção são seguidos por piora generalizada das condições sociais. A aliança desse desproporcional crescimento com a incapacidade de provisionamentos adequados já se manifestou em inúmeras outras regiões no mundo. A recente formação do entorno de Brasília é considerada a maior expressão atual de uma dinâmica sócio-espacial que caracteriza o processo de periferização de parte da população, que passa a se concentrar mais nos municípios vizinhos. (Baeninger, 2002). Esse contexto tem exigido reflexões voltadas à construção dos cenários futuros e das políticas públicas necessárias à garantia de qualidade de vida aos seus habitantes em face aos relevantes impactos gerados pela rápida e intensa expansão populacional em seu entorno. O entorno do DF continua a atrair intensos fluxos migratórios de inúmeras regiões brasileiras e também provenientes do interior do próprio DF, caracterizando um intenso processo de expansão de sua base populacional com forte impacto sobre as condições de vida e de saúde. As demandas e necessidades sociais, em especial as de saúde, crescem muitas além das atuais capacidades de provisão do poder público. Uma característica que sobressai na observação da rede assistencial é a relevância dos hospitais municipais no interior, de forma expressiva nas regiões norte e centro-oeste.

Em 2004 o SUS patrocinou 11.394.049 internações. Considerando apenas as internações realizadas na rede pública (4.822.692), a rede municipal respondeu com quase a metade delas (48%) e 34% dos custos. Essas 2.295.250 internações foram realizadas em hospitais de 1.597 municipalidades. De forma geral, nos hospitais municipais existe uma ênfase ao pronto-atendimento ambulatorial, geralmente com grande lotação no início das manhãs. Persiste uma baixa clareza de atribuições, responsabilidades e condições objetivas para a atuação dos responsáveis diretos pela administração dos hospitais. Existe uma grave ausência de articulação entre os diferentes serviços, o que impede uma boa integração entre as esferas, os hospitais municipais e demais serviços de referência. São pouco explícitas as definições relativas à missão do hospital e clareza sobre o seu contexto político-administrativo ou epidemiológico. Alguns eixos norteadores da reforma da atenção hospitalar no Brasil, tais como: intersetorialidade; humanização; democratização da gestão; clara definição do papel social do hospital; pactuação nas instâncias intergestoras; eficiência e efetividade dos serviços prestados; inserção na rede de serviços; garantia do acesso e atendimento eficiente e ágil e participação na organização do sistema loco - regional de saúde exigem medidas de qualificações em cada unidade hospitalar em particular e na organização de redes integradas de atenção, aspectos que podem ser parcialmente supridos por movimentos direcionados à reflexões coletivas sobre o seu funcionamento e articulações.

Para Bertussi e Almeida (2003) reorganizar serviços de saúde significa não apenas formular um novo modelo de atenção, mas, identificar conceitos e ferramentas que possibilitem as unidades de saúde e ao próprio sistema, intervirem nos problemas e necessidades de saúde loco - regionais, com efetividade e eficiência. Propostas que promovam a integração entre assistência, ensino e pesquisa que favoreçam as transformações sociais, bem como, intervenções para a resolução das necessidades sociais, numa perspectiva de integralidade da assistência, favorecem a prestação dos serviços de saúde nos municípios envolvidos.

Dessa maneira, justifica-se plenamente a articulação das instituições na busca de soluções para os graves problemas dessa região intrínseca e diretamente relacionada a duas estruturas federadas. É necessário definir e ampliar princípios de cooperação técnica para capacitação, assegurando suficiência, autonomia e sustentabilidade das estratégias e políticas públicas.

Objetivos da proposição:

- Disponibilizar esforços para a integração com as instituições político-administrativas locais e da sociedade, apoiando ações direcionadas aos processos de construção das condições para a elaboração de planos diretores da assistência hospitalar e planos diretores hospitalares regionais e municipais;

- Estimular e articular diferentes setores da UFG, da UNB, SESGO, SSDF e prefeitura da ride, no sentido de aprofundar os conhecimentos referentes aos adensamentos populacionais que compõem a região circunvizinha ao distrito federal e as necessidades de assistência à saúde da região;

- Assessorar o colegiado de saúde da ride-DF;

- Cooperar no processo de regionalização e formação de redes integradas dos serviços de saúde da região do entorno do DF e desses com os demais serviços de Goiás e do DF;

- Oferecer suporte para o planejamento e organização dos serviços de saúde, notadamente aqueles com maior expressão intersetorial e regional, estimulando a integralidade e humanização da atenção;

 

2- Curso de Geoprocessamento em saúde

Justificativa da Proposição:

O uso do geoprocessamento na área de saúde tem história recente, principalmente no Brasil. As primeiras aplicações datam da década de 50, utilizando-se computadores de grande porte, para o planejamento urbano e posteriormente para a análise ambiental. A digitação sistemática de dados, junto à oferta de programas de fácil manipulação e equipamentos de baixo custo e alta capacidade de memória, possibilitaram a difusão do geoprocessamento, no final da década de 1980 e início dos anos 1990. Essa difusão envolveu a área de saúde ampliando o número de usuários desses sistemas para o mapeamento digital, organização de dados espaciais e produção de mapas temáticos. Especialmente os sistemas de informações geográficas têm sido apontados como instrumentos de integração de dados ambientais e sociais com dados de saúde, permitindo melhor caracterização e quantificação da exposição, seus possíveis determinantes e os agravos à saúde. A incorporação de sistemas de geoprocessamento pelos serviços de saúde vinha sendo limitada pelo alto custo de implantação isolada desses projetos e pelas dificuldades na montagem das bases e edição de dados cartográficos, bem como no georeferenciamento de bases textuais, o que envolve de um lado os esforços para melhoria da qualidade e disponibilização dos dados de saúde. Do outro lado, devemos investir na capacitação dos profissionais para a análise destes mapas, sua redação cartográfica e o conhecimento estatístico espacial para o amplo entendimento dos processos sócio-espaciais subjacentes.

O cenário atual do geoprocessamento em saúde, no Brasil, é extremamente favorável para a estruturação de uma rede de capacitação de profissionais para o manuseio das ferramentas disponíveis e aprimoramento das abordagens do espaço nas análises de saúde. Vários centros de pesquisa têm se dedicado à aplicação de técnicas de análise espacial em saúde. Em diversas cidades, a união de esforços entre centros de pesquisa e secretarias de saúde tem permitido tanto o desenvolvimento tecnológico, quanto o aumento da capacidade de análise de dados na prática dos serviços.

Objetivos da proposição:

- Qualificar 400 profissionais do SUS, envolvidos com análise e planejamento de ações com curso de geoprocessamento em saúde;

- Oferecer subsídios teórico-práticos relativos às abordagens do espaço em análises para a vigilância em saúde, embasadas em noção ampliada dos processos de saúde e no uso de ferramentas tecnológicas disponíveis;

- Promover oportunidades de reconhecimento, análise e discussão sobre o território de atuação desses profissionais, visando à elaboração de diagnósticos da situação de saúde, a identificação de situações-problema e a elaboração de propostas de intervenção;

- Aperfeiçoar a capacidade de análise de sistemas nacionais de informação para a vigilância em saúde a partir de dados existentes e de informações produzidas localmente nos estados e municípios;

- Aprimorar o uso dos programas nacionais de visualização e análise de dados espaciais para a vigilância em saúde incorporando ferramentas que permitam as espacializações das informações em diversas escalas;

3- Curso de especialização em Epidemiologia

Justificativa da proposição:

O panorama sócio-sanitário exige ações globais de saúde que contemplem o conhecimento aprofundado sobre comportamentos e determinantes dos fenômenos que contribuem para a manutenção do atual perfil epidemiológico. Em outras palavras, ainda existe um alto grau de desconhecimento acerca da especificidade dos problemas de saúde prevalentes na região, fato este que provavelmente vulnerabiliza um pouco mais a eficácia das ações de saúde. Esta constatação se aplica tanto em problemas na esfera da saúde da população, bem como a problemas que ocorrem no âmbito da organização dos serviços de saúde.

Nesse sentido os gestores de saúde vêm se defrontando com a fragilidade e o esgotamento, não só do atual modelo assistencial, como também dos atuais instrumentos de planejamento, de epidemiologia e de gerência. Dentre eles, destacam-se os sistemas de informação e suas respectivas bases de dados. Estruturados como meio para operacionalizar ações de saúde, avaliar os impactos gerados pelas intervenções, propiciar o conhecimento das realidades sócio-sanitárias e formular políticas de saúde, os sistemas de informação na área de saúde refletem as políticas de saúde, dificultando o subsídio para tomada de decisão.

Mesmo com estas dificuldades, o panorama das informações de saúde tem apresentado como característica, um acúmulo de dados de pouca utilização para o apoio a decisão, e poucas informações que dêem conta da complexa situação de saúde dos diferentes municípios. Nesse contexto, elaborou-se a proposta do curso de especialização em analises de dados em epidemiologia que visa capacitar técnicos de nível superior do setor saúde, para analise de dados aplicados à epidemiologia, através de abordagem interdisciplinar e participativa. Espera-se que o referido curso torne seus participantes aptos a exercer funções relativas à área de produção da informação, contribuindo com a melhoria do padrão organizacional e de funcionamento dos serviços de saúde alcançando impactos positivos no quadro de saúde da população.

Objetivos da proposição:

- Realizar 2 cursos de especialização em epidemiologia-análise de dados, voltados a capacitar técnicos das SES e SMS que trabalham na área, para uma análise crítica sobre o uso dos dados e produção de informações, como instrumento de apoio ao processo gerencial.

Específicos:

- Desenvolver patamar de conhecimentos conceituais para análise do perfil epidemiológico; - Apresentar os sis nas diferentes racionalidades e compreender a complexidade que envolve o processo de gestão de informações em saúde;

- Desenvolver a capacidade para construção de indicadores de saúde, compreendendo suas potencialidades e limites;

- Desenvolver habilidades em estatística e metodologia científica para seu uso como instrumento para descrição, análise dos dados e proposta de intervenção em serviço. Alcançando estes objetivos, o perfil de profissional que a instituição almeja formar consiste em habilitá-lo para exercer funções relativas à área de planejamento, produção análise e gestão da informação em epidemiologia.